26.11.22

Meus Escritos # Pequei pelo excesso

 Uma constatação: eu não sou boa com metas, acabei de perceber isso. Como? Vamos lá.

Resolvi por a meta de ler vinte e dois livros esse ano, meta bem clichê, ano 2022, vinte e dois livros, não tinha como dar errado. O leitor pode pensar "ela não conseguiu", que nada, pequei pelo excesso. Estamos em meados de novembro e... eu já li 35 livros... e, não consigo parar! Fui dos Hai-kais do Menino Maluquinho aos sonetos de Bocage, viajei nas vassouras do Harry, me perdi na Terra dos meninos pelados, descobri que vivo a filosofia do Mark Manson e que adoro um romance clichê que balance o coração, e por dentro das muitas linhas, dos muitos livros eu caminhei. 

Não consegui parar nos vinte e dois, não consegui parar... tirar umas férias da minha estante, relaxar, como dizem os não leitores. Como escritora não foi muito diferente, tenho temas cá na minha mesa, empoeirados na gaveta, enquanto escrevo todo dia sobre aleatoriedades da vida, no lugar de escrever dois poemas por semana com tema específico, me pego com dez produções diferentes ou nenhuma, de acordo com a minha inspiração. Mesmo que a meta esteja ali, martelando o calendário, o meu respeito pelas palavras não me permite força-las a sair ou deixá-las presas dentro de mim.

É justamente por isso que escrevo o que escrevo agora... Não estava postulado como meta escrever sobre não conseguir cumpri-las, mas cá estou eu. Quando as palavras vêm, deixo-as nascer, enquanto não acontece, esqueço que tem uma meta para não enlouquecer. Acho que vou aproveitar essa virada de ano para só uma meta buscar, na esperança de quem sabe cumpri-la, vai ser algo simples, algo que não se pode errar. Minha meta, nesse novo ano, é nenhuma meta criar. Lerei todos os livros que quiserem ser lidos, escreverei todas as palavras que quiserem ser escritas, deixarei ao acaso pensado o que vai acontecer. 

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