Ficha Técnica: Título: Romeu e Julieta
Título original: Romeo and Juliet
Autor: William Shakespeare
Editora: L&PM POCKET, 2017
Tradução de Beatriz Viégas-Faria
Sinopse
Em Verona, Itália, por volta de
1600, a rivalidade entre os Montéquios e os Capuletos acentua-se e os conflitos
estendem-se a parentes e criados, apesar do apelo do príncipe pela paz. Em um baile de máscaras na casa dos Capuletos, Romeu Montéquio conhece Julieta Capuleto.
A paixão é mútua e instantânea. Ao descobrir que pertencem a famílias inimigas,
os dois se desesperam. Resolvem casar-se secretamente, com a cumplicidade de
frei Lourenço. No entanto, o destino desse amor é trágico.
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Eu li o famoso “Romeu e Julieta”
de Shakespeare e ao final senti que no fundo eu esperava mais da história do
que o que de fato ela me ofereceu. É certo que, como muitas outras pessoas, eu
já conhecia a história do casal, mas nunca em sua totalidade como atualmente,
talvez por estar acostumada com os romances a leitura não me tenha sido tão
fácil. Mas agora, depois de muito apanhar estou me acostumando com esses textos
secos, mas foi dureza viu. Que fique claro que essa é minha opinião atual, que
talvez mude ou não na próxima leitura, e que assim como vocês eu sei que as
obras de Shakespeare são bem mais do que o nosso superficial enxerga.
No prólogo, por ser uma peça, já
ficamos sabendo o que nos espera “sangue civil mancha mãos civis”, “um
casal de amantes traídos pelo destino”, “a terrível história de seu amor”
só essas pequenas frases já atraem muito quem tem gosto por tragédias ou quem é
muito curioso e quer saber o que de fato aconteceu (eu me enquadro nas duas).
Não sabemos o motivo da rixa,
apenas que ela existe e que se estende a todos os membros da família,
inclusive, criados. Temos servos que se dizem bravos e fortes, mas que não
passam de – licença para adaptar o ditado – cordeiros na pele de lobo, penso que por ser uma
peça, cheia de diálogos, sem a narração que tanto estamos acostumados, em
muitos casos aquela poesia de Shakespeare fica de lado, o que torna o texto
entediante.
Romeu é apresentado como um cara
solitário e desiludido, logo sabemos que é por causa de um amor não
correspondido, nesses momentos onde Romeu tem suas falas proferidas, a
linguagem é mais poética, uma poesia triste, “amor é uma fumaça que se eleva
com o vapor dos suspiros; purgado, é o fogo que cintila nos olhos dos amantes;
frustrado, é o oceano nutrido das lágrimas desses amantes. O que mais é o amor?
A mais discreta das loucuras, fel que sufoca, a doçura que preserva”,
lembrei dos sonetos de Camões, nessa parte. Romeu é apaixonado por Rosalina,
uma mulher que fez voto de castidade, para ele isso é desolador, " Fez, e, ao fazê-lo, poupa-se e comete enorme desperdício. [...] Com um juramento deu as costas ao amor. Com seu voto de castidade, vivo eu morto, um morto-vivo para agora contar minha desgraça" ela é a
mulher mais linda do mundo aos olhos do nosso protagonista e não tem quem o
faça mudar de ideia, “Mostra-me uma mulher que é mais bonita; sua beleza só
me servirá de lembrete, um lembrete onde poderei ler a beleza daquela que é
ainda mais linda que a mulher que me mostrasse” pelo menos não por enquanto,
na Cena III, descobrimos que Julieta tem quase 14 anos e que já está velha para
casar, claro que devemos levar em conta a época da história bem como a cultura
que se tinha em tal época não é? Naquele tempo, meninas mais novas que Julieta
já eram senhoras casadas.
Acontece uma festa, um baile de
máscaras, para ser mais precisa, onde Julieta deveria se apaixonar por Páris,
pois sem que seja consultada (lembre-se da época), foi escolhido para ser seu
esposo. O que ninguém imaginava era a invasão de Romeu Montéquio e seus amigos
a essa festa, e aí vem a reviravolta, Romeu enxerga Julieta e “BUM”, era uma
vez Rosalina, Romeu rapidinho joga uma cantada e ganha um beijo da moça (século
XXI em plena idade média?!) e viram o casal mais apaixonado da face da terra. A história segue e os pombinhos
descobrem suas tristes linhagens, e decidem levar os planos a diante marcando
até o casamento, quanto as conversas entre os dois, imaginem o casal mais
meloso que vocês conhecem, eles superam! O que ninguém esperava era que
esse amor, por mais bonito e verdadeiro que fosse seria o sacrifício que
precisaria ser feito para se pôr um fim na constante intriga entre as famílias
Montéquio e Capuleto, a história de fato nos prende, pois a todo instante
queremos saber se tal casamento vai acontecer e como as famílias vão reagir
quando souberem, será que teremos rios de sangue? será que as tramas do casal
de fato vão dar certo? No fim nós ficamos torcendo pelo casal “Roju”, ou “Jumeu”
sejam felizes para sempre o que infelizmente você vai precisar ler para saber
se aconteceu ou não! (te peguei, não é?)
Resumindo, para quem gosta de uma história
cheia de detalhes narrados sobre as tramas de amor, talvez essa não
seja a mais ideal. Penso que essa rapidez toda, esse amor avassalador à
primeira vista, se dê pelo gênero do texto. Uma peça muito longa, com muitos
arrodeios poderia ser entediante, e na verdade Romeu e Julieta encenado tem
duração de 2 horas! Se você quer ler Romeu e Julieta
sem se arrepender no final deve levar em conta que Shakespeare não escrevia
romances então não espere um romance, a história é lindamente triste, se ler
com calma, você é capaz até de se emocionar em outras partes que não o final.
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Um pouquinho do autor: Shakespeare é considerado um dos mais importantes dramaturgos e escritores de todos os tempos. A maioria dos seus textos vive até hoje e são retratados por praticamente todos os meios: teatro, televisão, cinema, literatura, etc. Ele nasceu em 23 de abril de 1564, em uma cidadezinha de Stratford-Avon, começou a escrever sua primeira peça, Comédia dos Erros, em 1590 terminando-a 4 anos depois. Romeu e Julieta foi escrita em 1596.
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E aí, o que vocês acharam? Deixem nos comentários a sua opinião, vamos refletir sobre essa história juntos!?