16.9.20

~ Trechinho | O diário de Valentina

 



Olá colecionadores, hoje decidi trazer pra vocês mais um trechinho do meu livro, quero que a partir dele, vocês me digam como imaginam Valentina, é importante pra mim saber o que vocês esperam e o que essa frase causou em seus coraçõezinhos ~ 

3.9.20

Resenhando As Garras do Leopardo | Chinua Achebe

 






Ficha Técnica: 

Autor: Chinua Achebe

Editora: Companhia das Letras

Colaboração de John Iroaganachi,

Ilustrações de Mary Grandpré

Tradução de Érico Assis


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Detalhe: Para uso nas salas de aula do 1ª ao 3º ano, programa “alfabetização na idade certa” distribuído às escolas pelo Ministério da Educação.

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Penso que todo professor que se prese deve conhecer o livro didático ou literário que oferece a seu aluno, visto isso, me deparei com uma biblioteca vasta e com a promessa de ensinar um turma de pequenos, coloquei a mão na massa, ou melhor, nos livros, me deparei com “As garras do leopardo”, título interessante, mas a história é que me deixou curiosa. Logo na primeira página da história temos intertextualidade com a bíblia, pois fala-se do início dos tempos, onde, de acordo com a história, todos os bichos da floresta eram amigos e o Leopardo era o rei. 

Até aí, nada demais, o livro super colorido e ilustrado, letra grande que facilita assimilação dos pequenos à leitura, mas logo a história toma um rumo diferente, vale lembrar que tal livro é dedicado especialmente a crianças que estão do 1º ao 3º ano na escola. Resumidamente temos: bullying, quando todos os animais riem e caçoam dos dentes do cachorro, deixando claro que ser diferente não é normal ou aceitável. Inimizades, quando o cachorro e o leopardo brigam por não concordarem com as decisões que estão sendo tomadas. Quando a chuva chega e o cachorro não tem para onde ir, então ele invade o salão expulsa os animais presentes com muita agressão – e é tudo ilustrado – o leopardo também entra na briga e acaba muito ferido e, machucado, horrorizado e por medo do cachorro, os outros animais se juntam e fingem viverem felizes.

O Leopardo decide ir embora, a força, porque de acordo com o novo rei, ninguém pode deixar a aldeia, e ele é apedrejado por isso – sim, mais violência. Ele, o leopardo, se prepara com adereços como unhas, rugido, dentes afiados e volta para a aldeia para tomar seu posto de volta, e de acordo com o próprio texto; “o leopardo agarrou o cachorro, mordeu-o e arrancou sem dó nem piedade [...] todos os bichos ficaram apavorados, mas não tiveram coragem de reagir”

E o cachorro, fugindo, foi de encontro ao homem, onde com a promessa de proteção se ofereceu como escravo e caçador, por conhecer a floresta e saber onde os outros animais estão. E a história termina, todos são inimigos e todos são inimigos do homem. No final, temos notas sobre os autores e a ilustradora, descobrimos aí que o livro é de um nigeriano, que adaptou uma história de John Iroaganachi sobre como o cachorro antes selvagem se transformou em um animal doméstico e que tal história é uma metáfora da guerra civil nigeriana ocorrida entre 1967 – 1970.

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Certo, eu entendo como deve ser forte para o país de origem dessa história ver ela retratada de tal forma, mas o professor precisa ter muito jogo de cintura para transformas uma história horrorizante destas em algo que resulte algum aprendizado maior para as crianças, penso que muitas se assustariam com as ilustrações presentes mais do que com o texto em si e que contendo cenas tão fortes, bem como descrição, tal livro não deveria constar na banca de alunos com apenas 7 ou 8 anos, visto que em muitos casos a sua capacidade crítica ainda está se desenvolvendo e alguns poderiam não enxergar o que existe por trás dessa história, visto que é uma metáfora sobre lutas de poderes e não tem como ter lutas de poder sem ter briga, bem como não tem como ter briga sem ter violência, vocês entendem?