Aprendi usar as palavras para repensar
Não que seja fácil dentro delas me notar
É preciso capacidade pra nas entrelinhas buscar
E com destreza, meus pedaços encontrar
Não escrevo só de mim, apesar de tantas dores
Também falo do amor e da beleza das flores
Misturo-me aos espinhos, escondo meus sentimentos
Por vezes ela sou eu, eu sou ela em momentos
A palavra é minha amiga e inimiga o pesar
Que as mesmas acarretam, quando a dor em meu olhar
Carregam sem cerimônia, explanam um elixir
Da dor que ousa em doer mesmo sem mais existir
Por isso nesse poema quero com grande esmero
Agradecer as palavras que acompanham o desespero
De quem sente tudo ao máximo e não consegue repelir
E faz das mesmas palavras... a cura, o resistir.
Poema publicado no livro "Antologia Poesias Volume I" pela Editora Vila Rica
ISBN: 978-658637-915-0